sexta-feira, 11 de julho de 2014

Andei pensando em
Escrever
Não sei o que
Tenho olhado pra trás
E visto alguém que eu
Não conheço mais
Eu não gostava dela
Mas, agora olho
Com delicada nostalgia
Juntando pedaços
Sempre fazendo isso
Todos os pedaços estão soltos
Como revelar
todas as partes?
Eu tenho tentado
Tenho estado dentro e na rua
Atenta e distraída
Ao mesmo tempo
Como fazer isso?
Conquistar o mundo
E ganhar a casa
Em um mesmo corpo?

Tudo, tudo, estranhamente dentro, a ser descoberto.

sexta-feira, 4 de julho de 2014

essa outra compreensão que eu vou perder ao acordar. porque eu estou em dois lado, disputando comigo mesma. essa compreensão que eu tenho agora, eu queria tanto que ela permanecesse. ou que fosse mais rápido esse processo. eu queria tranquilidade e, ao mesmo tempo, não-tranquilidade. não deve ser pedir demais.
Acontece de eu ter perdido algumas coisas. acontece de eu ter matado algumas partes em prol de viver bem. E eu vivo bem. Quase bem, eu consegui quase tudo, sabe. Acontece que agora eu estou me perguntando o que eu deixei pra trás. E me perguntando se eu não quero isso de volta. Eu acabei de perceber, agora mesmo, que é mais complexo do que eu pensava. A vida. Eu mesma. Todas as coisas que eu matei, de certa forma, para que eu pudesse viver fora de mim, essas coisas pedem pra voltar. Eu quero que elas voltem. Não é isso. Elas estão aqui. E eu não soube, durante esse tempo que elas estavam aqui. E eu queria tê-las de volta, o tempo todo, mas eu não sabia que eram elas. Era aquela fragilidade. Aquilo me dava tanto medo. Eu não conseguia, simplesmente. Eu não conseguia nada. Estava tão perdida, tão entranhada, tudo tão pra dentro, eu queria tanto morrer. E eu fui matando alguma coisa aqui. Isso foi bom. Isso me deu uma possibilidade. Mas, agora, olhando pra trás, eu tô vendo que eu já sabia de tudo. Eu já sei de tudo. Tudo está aqui esperando pra ser descoberto. Que noite!