quinta-feira, 21 de abril de 2016

Quem é daqui sabe
Do sangue que corre ao contrário
Das ruínas que eu construí
Em todas as cidades que visitei
Coleciono escombros em cartões-postais
Em um deles, meu coração em uma pedra ao sol
Todos os cartões dispostos em uma parede no meu quarto
Meu quarto fica em lugar nenhum
A cada cidade, algo é demolido
Uma casa inteira cai
Eu vivo um amor-poeira
Um caos que brilha
Um sorriso amarelo
Eu estava dentro de todas as casas que caíram
Meu corpo-pó
Meus homens-máquina
Minha visão turva
Minha intensa humanidade
Meus membros espalhados na construção
Meu mar de concreto

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