domingo, 28 de agosto de 2016

Poema para Natal

Voltei ao sol
Minha casa é o sol
Na rua, derreto
Um homem passa e comenta da minha saia
A areia entra nas minhas sandálias
Corro até o ônibus
Levo os cabelos suados de uma medusa
Todos me olham com cara de pedra
Estou quase cega de claridade
Porque moro dentro do sol
Estou cansada de ser inteira luz

sexta-feira, 26 de agosto de 2016

No meu peito
Uma roda gigante
De olhos abertos e fechados

terça-feira, 23 de agosto de 2016

Três vezes por dia
Quero morrer
O resto do tempo
Rio até ficar sem ar
E fico

segunda-feira, 8 de agosto de 2016

eu olhando pra mais um desses
boys
e pensando
pensando
pensando
na cor da calcinha
que vou usar amanhã
no cheiro do meu moletom
sujo
que não me aquece do frio
de são paulo
da falta que sinto
de andar descalça em casa
na masturbação escondida
na praça da agaé
em mais um desses boys
eu pensando
em deixar pra lá
em desistir
de umas obsessões doces
de umas rebordosas amargas
de mais um desses boys