Fracasso diariamente
Na minha luta com o tempo
Fracasso no caminho
Entre o quarto e o banheiro
Minha romaria de auto-perdão
Fracasso em tentar achar alguma coisa
Qualquer coisa
Que eu diga verdadeira
Fracasso em não ser mais que uma criança
Fracasso em tentar mostrar
O lado brilhante da lua
Uma lua do tamanho dos meus ovários
Um filho ao contrário
Me saindo pela boca
Fracasso em não ser mais
Que uma adolescente melacólica
De camiseta preta e pernas finas
Fracasso em não ter nada para dizer
Em ser vazia flutuando no abismo
Fracasso em manter a cama arrumada
E a cabeça no lugar
Fracasso em comer o tempo
De garfo e faca
Fracasso na estranheza
Nas doenças que me mantêm na cama
Em organizar os documentos
Em não ser tão óbvia
Neste poema
Eu ando de mãos dadas com o meu fracasso
E ando chegando em algum lugar
Algum beco escuro
Algum espaço neutro
Sou inteira um erro
Braços, cabeça
Unhas pintadas de vermelho
Sou inteira fracasso
À imagem torta do próprio Criador
Que fracassou ao cuspir o mundo
Sou um erro original
O espaço de um palmo
Entre dois muros
terça-feira, 30 de maio de 2017
segunda-feira, 8 de maio de 2017
Eu não sei nada sobre o amor
Além dos poemas que li
Das declarações dos amigos
Sobre como deveria ser
Sobre como eles amam
Tanto e com tanta intensidade
Como se o amor preenchesse
Cada canto escuro de suas vidas
Cada beco
Do inconsciente
Cada comportamento sombrio
Cada obsessão sem sentido
Mas eu
Eu não sei nada sobre o amor
Além dos planos de fuga
Que traço
Enquanto me agarro
Na barra da sua calça
Abraçando suas pernas
O rosto na pélvis
E penso
Em como seria pular as janelas
Dos banheiros
Dos restaurantes que frequentamos
Em como direi
Firmemente
Que não é isso
Não é nada disso
Não era amor
Não assim do jeito que dizem
De verdade
Mas, eu nem acho que eu seja mesmo
Capaz deste amor
Do jeito que eu venho
Me escondendo até então
Fingindo grandes paixões
E arrebatamentos
Corações em chamas
Sozinha no escuro pensando em cair fora
Em escapar pela estrada
Mais próxima
Pra aninhar mais uma vez
A ideia de ser uma outsider
Porque o que eu gosto mesmo
É da ideia de ser uma outsider
Uma praticante do amor livre
Quando na verdade
Eu só quero ser importante
E ter a história mais engraçada
Mais interessante
Para contar
(março/2017)
Além dos poemas que li
Das declarações dos amigos
Sobre como deveria ser
Sobre como eles amam
Tanto e com tanta intensidade
Como se o amor preenchesse
Cada canto escuro de suas vidas
Cada beco
Do inconsciente
Cada comportamento sombrio
Cada obsessão sem sentido
Mas eu
Eu não sei nada sobre o amor
Além dos planos de fuga
Que traço
Enquanto me agarro
Na barra da sua calça
Abraçando suas pernas
O rosto na pélvis
E penso
Em como seria pular as janelas
Dos banheiros
Dos restaurantes que frequentamos
Em como direi
Firmemente
Que não é isso
Não é nada disso
Não era amor
Não assim do jeito que dizem
De verdade
Mas, eu nem acho que eu seja mesmo
Capaz deste amor
Do jeito que eu venho
Me escondendo até então
Fingindo grandes paixões
E arrebatamentos
Corações em chamas
Sozinha no escuro pensando em cair fora
Em escapar pela estrada
Mais próxima
Pra aninhar mais uma vez
A ideia de ser uma outsider
Porque o que eu gosto mesmo
É da ideia de ser uma outsider
Uma praticante do amor livre
Quando na verdade
Eu só quero ser importante
E ter a história mais engraçada
Mais interessante
Para contar
(março/2017)
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