sábado, 27 de janeiro de 2018

Os homens me assustam
Com suas patas ferozes
Amassando meu rosto
Os homens me assustam
Com seus pênis eretos
Penetrando minha buceta
Como se meu corpo fosse um território
A ser conquistado
Os homens me assustam
Com suas mãos
Que me viram de costas sem que eu peça
A imensidão de um corpo sobre o meu
Segurando com força meus quadris
Os homens me assustam
Mas, devo confessar
Não tenho nada a reclamar
Antes, cadela no cio
Voluntariamente deitada no chão
Esperando a cavalaria passar
Boca aberta e seios
Sem pai
Incapaz de decidir
Se gosto ou não
De ter esse estranho
Na minha cama
Como dividir o colchão
Com um corpo
Tão diferente do meu?
Sendo ele também
Depositário da paixão
Esse balão vibrante
Que se esvazia devagar
E eu torno a encher
Enquanto encho também
Os olhos de lágrimas
Encantada e medrosa
Ao mesmo tempo
Os homens me assustam
Com seus carrinhos de brinquedo
Seus bonecos de luta
Suas cervejas
E também pelo fato de que eu mesma
Gostaria de arrancar cabeças
Num grande guerra viril
Eu mesma gostaria de ter
Um pau gigantesco
E a voracidade
De devorar menininhas
De cavalgar um cavalo veloz e violento
De derrubar a cidade
Subir aos céus
E me encontrar com Deus

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